Na última terça-feira (4), a população de Igaratá assistiu, estarrecida, a mais um episódio de desrespeito dentro da Câmara Municipal. Durante a sessão plenária, o vereador Albert Urso atacou publicamente a Procuradora Jurídica da Casa, Dra. Valesca Cassiano Vaccari, insinuando que a equipe jurídica estaria descumprindo prazos regimentais.
A acusação, feita sem base técnica e diante das câmeras, foi recebida como uma tentativa de jogar na conta da servidora uma responsabilidade que, segundo o próprio Regimento Interno da Casa, não é dela. A Procuradora reagiu imediatamente e protocolou um pedido de retratação pública, esclarecendo que o prazo legal para manifestação jurídica só começa a contar após o despacho formal da Presidência, procedimento que não tem sido seguido pela atual gestão da Câmara.
Mais do que uma divergência técnica, o episódio expôs um problema grave: o uso da tribuna como espaço para desqualificar servidores públicos, em especial uma mulher, profissional reconhecida por sua firmeza ética, imparcialidade e dedicação ao serviço público.
“Ela é uma servidora técnica, respeitada, com mais de 15 anos de experiência. Nunca se envolveu em politicagem. E justamente por isso, incomoda”, afirmou um servidor da Casa que preferiu não se identificar.
Dra. Valesca é advogada especialista em Direito Público, Ambiental, Imobiliário e Administrativo. Está na Procuradoria desde fevereiro de 2025 e já atuou tanto no setor público quanto na iniciativa privada. Sempre com um só princípio: cumprir a lei, acima de pressões políticas.
Não é a primeira vez que o vereador Albert Urso direciona críticas pessoais à Procuradora. Mas, desta vez, a fala ofensiva ultrapassou todos os limites. Servidores, lideranças comunitárias e cidadãos comuns se manifestaram em apoio à Dra. Valesca. Um abaixo-assinado virtual já circula nas redes.
“Isso não é papel de um vereador. Atacar uma mulher servidora pública no plenário, ao vivo, sem respaldo técnico? É machismo, é abuso de poder, é assédio institucional”, desabafou uma moradora em comentário nas redes sociais da Câmara.
O pedido de retratação segue sob análise da Presidência da Casa, mas a sociedade já deu sua resposta: Igaratá está do lado de quem trabalha com seriedade, ética e respeito.