Estudo mostra que substância presente em planta tem potencial para tratamento da esquistossomose
O trabalho realizado pelo Núcleo de Pesquisa em Doenças Negligenciadas (NPDN) da Universidade UNG, coordenado pelo professor Dr. Josué de Moraes, foi laureado no maior evento de Medicina Laboratorial da Região Norte-Nordeste. O congresso, que aconteceu em novembro, contou com palestras de autoridades científicas brasileiras e exposição de trabalhos pelos estudantes, com a finalidade de discutir os pontos mais relevantes no universo da Medicina Laboratorial.
Substância presente em planta pode tratar esquistossomose – Dentre os trabalhos apresentados, Ana Carolina Mengarda, aluna de doutorado do NPDN, foi premiada pela exposição do trabalho, que dispõe sobre a descoberta de uma substância presente na planta Nectandra oppositifolia, com potencial para tratamento da esquistossomose, uma doença parasitária que afeta mais de 200 milhões de pessoas no mundo e representa forte impacto na Saúde Pública de dezenas de países. A pesquisa também contou com a participação de outros estudantes da UNG, Maria Eduarda Cirino (graduanda em Biomedicina) e Marcos Paulo Silva (doutorando no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem), além da colaboração do prof. Dr. João Henrique Lago (Universidade Federal do ABC).
O professor Dr. Josué de Moraes explica sobre a pesquisa premiada e a contribuição da UNG para o avanço científico e tecnológico. “O Brasil possui a maior biodiversidade do mundo e, frente a essa riqueza vegetal, é indispensável o esforço para descoberta de novas moléculas que possam contribuir para o desenvolvimento de novos medicamentos. Dentre esses, destaca-se a grande urgência de pesquisas voltadas aos casos de doenças parasitárias, responsáveis por mais de 10% das doenças mundiais e com limitado acesso aos medicamentos. Consideradas doenças negligenciadas, as doenças parasitárias afetam mais de um bilhão de pessoas no mundo, particularmente populações que vivem em situação de pobreza e vulnerabilidade. Nesse sentido, uma das linhas de pesquisa do NPDN-UNG tem como objetivo encontrar substâncias bioativas a partir de produtos naturais oriundos da flora brasileira”, destaca.
Fruto de um trabalho interdisciplinar que compreende isolamento, caracterização e ensaios biológicos, a pesquisa laureada mostrou que a planta N. oppositifolia, popularmente conhecida como canela-ferrugem ou canela amarela, possui uma substância (licarina A) que é capaz de matar o verme causador da esquistossomose. Positivamente, esse produto natural é encontrado em grandes quantidades na planta e não é tóxico para o hospedeiro. Em face a relevância deste estudo, os resultados foram recentemente publicados no renomado periódico britânico Phytotherapy Research.
O NPDN da UNG vem se destacando no cenário científico mundial. O prof. Dr. Josué de Moraes está na lista dos cientistas mais influentes do mundo e seus trabalhos têm atingido notório destaque no âmbito das Doenças Infecciosas e Parasitárias.