sexta-feira, outubro 24, 2025
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Bosque do Real: Arujá ganha seu 3º Parque Municipal

Arujá, conhecida como Cidade Natureza, respira novos ares desde que passou a ter parques municipais – anos antes, o município não possuía nenhum espaço público do gênero – e agora comemora, a partir deste sábado (9), a inauguração de mais um deles: o Bosque do Real “Ladislau de Rossi”. Esta é a terceira área verde inaugurada pela Prefeitura em cinco anos de governo.

Localizado entre a rua São Paulo e a rua Curitiba, no bairro Jardim Real, são 20 mil m2 de natureza preservada, com mais de 70 árvores de 26 espécies distintas, dentre Ipês e árvores frutíferas como Pitangueiras, Limoeiros, Mangueiras e Amoreiras, que contribuem para o bem-estar da população. O destaque fica ainda por conta de uma família de bichos-preguiça que, vez por outra, dá o ar da graça no local, seja na copa das árvores ou até no solo. Tem até a mamãe-preguiça com seu filhotinho.

Cada canto do Bosque do Real foi especialmente planejado e implementado para o lazer das famílias arujaenses. O espaço contém pista de caminhada com mais de 650 metros de extensão, nomeada de Manuel Silva de Araújo, área recreativa para as crianças, mirante, sanitários e bebedouros, inclusive com acessibilidade, além de estacionamento amplo com capacidade para cerca de 40 veículos.

Entre a paisagem verde, mais um elemento chama a atenção: as nascentes e afluentes presentes no local. O parque é abastecido pelas águas do Córrego Caputera, cuja nascente está localizada nas proximidades da quadra de esportes do bairro Jardim Real. Ao adentrar o parque, esse curso d’água recebe a contribuição de um afluente formado por duas nascentes situadas em seu interior, que desempenham um papel ainda mais significativo no volume e na qualidade das águas. Além dessas, ao longo de toda a extensão do parque, há diversas pequenas nascentes que alimentam a rede hídrica local, contribuindo para a manutenção da vida e do equilíbrio ecológico. Toda essa rede de drenagem, que resultou na despoluição das águas, conflui para o lago principal do parque, seguindo posteriormente em direção ao bairro Jardim Via Dutra.

Cabe ressaltar que o investimento empregado no Bosque do Real teve parceria com a Companhia de Saneamento Ambiental (Sabesp). A reestruturação da área e administração se dá por conta das secretarias municipais de Obras, Planejamento, Serviços, Turismo, Cultura, Governo e Meio Ambiente.

Durante a entrega do bosque, o prefeito Luis Camargo comentou sobre uma característica do parque: “Esse parque tem uma característica especial, por que conseguimos mostrar que é possível fazer a descontaminação das nossas águas. Antes de começarmos a dar vida ao parque, fizemos todo o esgotamento sanitário no entorno e, em parceria com a Sabesp, hoje a nascente do Rio Caputera está descontaminada”.

Clau Camargo, primeira-dama e coordenadora do Fundo Social de Solidariedade, por sua vez, falou sobre a alegria de participar de algo que fica marcado na história da cidade: “Esse parque é mais uma daquelas entregas que nos deixa muito felizes. Um espaço para a família arujaense curtir, fazer um piquenique e ter contato com a natureza, que é o bem maior da nossa cidade”.

O secretário municipal de Planejamento, Marco Valdanha, comentou como a área se encontrava e como está agora: “Só a gente sabe o trabalho que deu para fazer esse parque. Esse espaço estava mais para um esgoto a céu aberto e, graças a parceria com a Sabesp, agora se encontra revitalizado”.

Durante a cerimônia foi realizado um minuto de silêncio em respeito ao falecimento de Hadassa Machado, diretora da Diretoria da Pessoa com Deficiência. Além disso, houve o ato simbólico de descerramento da placa inaugural do parque.

O evento de inauguração contou ainda com a presença da presidente da Câmara Municipal, Profª Cris, dos vereadores Caio Mãos Solidárias, Divinei da Silva, Reynaldinho, Pastor Moisés Chocolate, Juvenildo Barboza, Leandro Larini, Paulinho Maiolino, Professor Danilo, Renan de Arujá, Robertinho e Tiago Ursão, assim como o secretariado municipal, Alexandre Marques e Elis Regina gerentes da Sabesp e de Intérprete de libras Ana Maria Machado. Além disso, estiveram presentes a esposa do Sr Ladislau, Izaltina e família, e a esposa do Sr Manuel, Dona Geralda e família, que receberam, cada uma, a placa de homenagem de nomeação. Assim como servidores e a população arujaense que compareceu em peso para a inauguração do parque.

Biografia de homenageados

Ladislau de Rossi nasceu em 27 de junho de 1925, no distrito de Vila Fortuna, que na época pertencia ao município de Campos Novos e atualmente integra o município de Oscar Bressane (SP). Era filho de Eugênio de Rossi e Ignez Del Tedesco, e neto de imigrantes italianos oriundos do norte da Itália, que chegaram ao Brasil para trabalhar como colonos nas fazendas de café.

Seus pais, Eugênio e Ignez, casaram-se em Arceburgo (MG) e, após o casamento, mudaram-se com seus familiares para a região de Oscar Bressane. Ali, adquiriram terras com o objetivo de prosperar com o cultivo de café.

Ladislau cursou o ensino fundamental e o ginásio em colégios internos católicos nas cidades de Assis e Botucatu. Posteriormente, trabalhou com o pai e com seus três irmãos em um pequeno comércio da família e em uma beneficiadora de café na cidade de Oscar Bressane.

Em 1956, seu pai, acostumado à vida na zona rural, adquiriu um sítio de 8 alqueires no bairro da Penha, na cidade de Arujá (SP). A família então se mudou para o sítio, dividindo a rotina entre São Paulo e Arujá. No local, passaram a criar vacas para produção de leite, fabricação de queijos e manteiga, tanto para consumo próprio quanto para venda na cidade.

Ladislau foi nomeado perito junto ao Banco do Brasil e ao Poder Judiciário, atuando na resolução de litígios relacionados às divisas de terras. Em 1962, foi credenciado pelo CREA – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia.

Desempenhou importante papel no desenvolvimento urbano da região, medindo áreas e demarcando lotes nos municípios de Arujá, Santa Isabel e Itaquaquecetuba. Em Arujá, participou da demarcação de praticamente todos os loteamentos da cidade. Entre os mais antigos, destacam-se:

Vila Flora Regina, no centro da cidade, onde hoje estão localizados a Prefeitura e a Praça Benedito Ferreira Franco;

Vila Lima, onde está situada a Delegacia;

Bairro Jordanópolis;

Jardim Pinheiro, entre vários outros;

Pista de Caminhada

Ao fim da Segunda Grande Guerra, 1945, uma nova Batalha Nascia. De família pobre, mas trabalhadora, Manuel Silva de Araujo conseguiu trilhar o próprio caminho e foi longe. Mais longe do que ele mesmo esperava.

Com mãos calejadas na lida nos cafezais de Minas Gerais e nas obras iniciais do Metrô em São Paulo (obras das quais rendiam sempre longas conversas, período do qual ele tinha muito orgulho) e muito mais além dessas mãos calejadas pelo trabalho, ele foi reconhecido por seu sorriso. Sorriso este que transbordava e contagiava, genuíno e sincero.

Nos idos de 1969 ele chegou em Arujá, para morar na Vila Ferreira com três dos seus filhos, sendo que outros cinco nasceram aqui na Cidade (dois falecidos ainda recém-nascidos). Um homem honesto e trabalhador, que tinha orgulho das empresas em que trabalhou como a Firpavi Construtora e Pavimentadora, onde conduzia máquinas enormes de terraplenagem.

Ainda foi funcionário da antiga RCN radiadores (hoje empresa Mahle), e das Pedreiras Nassau e Vicente Mateus. Mas ele se gabava mesmo era de ter feito parte das obras que deram início ao Metrô de São Paulo, e quantas histórias tinha para contar daquele período. Porém, nada enchia mais o coração dele do que ter sido Servidor Público da Prefeitura de Arujá.

Muito querido e respeitado por seus colegas e chefias. Como Servidor Público foi operador de máquinas, apontador de ponto, foi motorista de ambulância, e motorista de caminhão de coleta de lixo. Ele dedicou seu carinho e sua atenção às pessoas, em especial no Velório da Cidade, humanizando o momento e respeitando as famílias.

Ele transformou a forma como a Cidade passou a acolher aqueles que se foram. Seu coração puro e sensível foi a chave para esta mudança. Ir ao IML em São Paulo ou Guarulhos era um momento difícil, porém, ele executava esse serviço com o maior respeito possível, porque em todo tempo a empatia com as famílias enlutadas enchia seu coração.

“Seu” Manuel amava seu ofício. Funcionário dedicado, respeitado e respeitoso. Amava essa cidade e conhecia cada rua, cada bairro e seus recantos por conta da época em que conduzia o caminhão da coleta de lixo, e das dezenas de vezes em que atendeu uma família araujense em luto. No ano de 2022 ele nos deixa para se juntar àqueles pelos quais sempre teve imenso respeito e também partiram, assim sabemos, que ele foi muito bem acolhido.

Quem foi ele? Ele foi Manuel Silva de Araújo. O Nezinho. Brasileiro. De uma família de doze irmãos e com mais cinquenta sobrinhos. Natural do Sertão Paraibano. Criado no concreto de São Paulo. Pai de três filhas e três filhos. Avô de duas netas e três netos. Esposo de Dona Geralda. Um homem com a vida dedicada à família e à Cidade de Arujá. O pai, o avô e o marido que sempre estará presente. Cidadão Arujaense de coração que sempre será lembrado.

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