Os brasileiros tem sentido ainda os impactos da pandemia da covid-19.
Mesmo com a maioria da população vacinada e com a crise sanitária aparentemente controlada, os desafios econômicos continuam sendo grande obstáculo para uma retomada econômica vigorosa, no país.
Um exemplo é o resultado de uma pesquisa feita por uma grande empresa do segmento de benefícios, a Sodexo Benefícios e Incentivos. A pesquisa apontou que o vale-refeição utilizado atualmente pelos trabalhadores, não consegue acompanhar o aumento do preço médio da refeição fora de casa.
Em suma, os brasileiros gastam em média R$ 40,64 para comer fora de casa, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), com base nos clientes da empresa.
Com esses números, de acordo com a pesquisa, o vale-refeição tem apresentado uma duração média de 13 dias. Na comparação com o ano de 2019, período anterior a pandemia da Covid-19, o tempo médio de duração do benefício era de 18 dias.
Sendo assim, na prática, os trabalhadores estão pagando para se alimentar por nove dias de trabalho, considerando uma jornada de 22 dias úteis.
“Se considerarmos que cada transação acontece em um dia útil, podemos dizer que hoje o trabalhador precisa desembolsar nove dias do salário para almoçar e assim fechar o mês até a próxima recarga do benefício“, explicou Willian Tadeu Gil, diretor de Relações Institucionais e de Responsabilidade Corporativa da Sodexo Benefícios e Incentivos.
“Importante lembrar que, no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano anterior, empresas de todos os portes aumentaram, em média, 7,42% o valor do crédito do cartão refeição, justamente por entender que a oferta de benefícios ao trabalhador é questão de estratégia de negócio na atração e retenção dos melhores talentos”, disse.
Vale observar que mesmo com o reajuste de 7,42%, o valor do vale-refeição ficou abaixo da inflação do período. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é a inflação oficial do País medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ficou em 11,3% até março.
