Após uma série de ataques aéreos, o Exército de Israel anunciou o restabelecimento do cessar-fogo na Faixa de Gaza nesta quarta-feira. Segundo comunicado militar, a decisão foi tomada após “ataques que atingiram dezenas de alvos e neutralizaram terroristas em resposta às violações do Hamas”.
Autoridades israelenses afirmaram que suas forças atacaram “30 terroristas que ocupavam posições de comando em organizações” atuantes no território palestino. O comunicado militar enfatiza que Israel continuará a respeitar o cessar-fogo, mas responderá firmemente a qualquer nova violação.
Fontes médicas e da Defesa Civil do enclave palestino informaram que pelo menos 91 palestinos, incluindo 24 crianças e sete mulheres, morreram entre a tarde de terça-feira e a manhã desta quarta devido aos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza. Os ataques atingiram diversas áreas, de norte a sul, após ordem do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que acusou o Hamas de violar o cessar-fogo em vigor por mais de duas semanas.
Netanyahu ordenou “ataques contundentes na Faixa de Gaza” após reunião do Gabinete de Segurança, convocada em resposta à devolução por parte do Hamas dos restos mortais de um refém, identificados como pertencentes a um prisioneiro cujo corpo já havia sido recuperado em 2023.
O ministro da Defesa israelense acusou o Hamas de um ataque no sul de Gaza que resultou na morte de um soldado israelense na terça-feira, além de violar os termos relativos à devolução dos corpos dos reféns mortos. O Hamas, por sua vez, negou qualquer envolvimento no ataque e reafirmou seu compromisso com o acordo de cessar-fogo.
Israel justifica os ataques como resposta às violações do acordo de cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos. O presidente norte-americano, Donald Trump, havia assegurado que “nada” colocaria em risco o acordo em vigor desde 10 de outubro.
A Defesa Civil palestina havia relatado que pelo menos 50 pessoas, incluindo 22 crianças, foram mortas nos ataques israelenses. As ofensivas atingiram casas, escolas e blocos residenciais na Cidade de Gaza e Beit Lahia, no norte, Bureij e Nuseirat, no centro, e Khan Younis, no sul. Equipes de resgate da Defesa Civil enfrentam “condições extremamente difíceis” e temem que o número de mortos aumente devido a pessoas presas sob os escombros.
O acordo de cessar-fogo mediado pelos EUA, Egito, Catar e Turquia previa que o Hamas devolvesse seus 48 reféns, vivos e mortos, em até 72 horas após a entrada em vigor do cessar-fogo, em 10 de outubro. Todos os 20 reféns israelenses vivos foram libertados em 13 de outubro em troca de 250 prisioneiros palestinos e 1.718 detidos em Gaza. Israel também entregou os corpos de 195 palestinos em troca dos corpos de 13 reféns israelenses devolvidos pelo Hamas, além de dois reféns estrangeiros. Onze dos reféns mortos que ainda estão em Gaza são israelenses, um é tanzaniano e um é tailandês.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br





