Em referendo realizado no domingo, equatorianos rejeitaram a instalação de bases militares estrangeiras no país, assim como a proposta de convocação de uma Assembleia Constituinte. O presidente Daniel Noboa, de direita, propôs quatro questões à população, todas elas negadas nas urnas.
Com mais de 91% da apuração concluída, a instalação de bases militares estrangeiras foi rejeitada por 60,65% dos votantes, enquanto 39,35% foram favoráveis. A Constituição equatoriana de 2008 já proíbe a presença de bases militares estrangeiras em seu território, o que resultou na saída de militares dos Estados Unidos da cidade de Manta em 2009.
O presidente Noboa havia defendido a instalação de bases dos EUA como forma de auxiliar no combate ao narcotráfico.
A proposta de convocar uma Assembleia Constituinte para reescrever a Constituição também foi rejeitada, com 61,65% dos votos contrários e 38,35% favoráveis. Noboa argumentava que a Constituição atual protegia criminosos.
Outras duas questões propostas, relativas ao financiamento público de partidos políticos e à redução do número de parlamentares, também foram rejeitadas pela população.
Após a divulgação dos resultados, o presidente Noboa declarou que respeitaria a decisão do povo equatoriano.
A oposição comemorou o resultado. A presidente do Partido Revolução Cidadã afirmou que o país disse “não” a Noboa. Segundo a oposição de esquerda, a instalação de bases militares viola a soberania equatoriana e abre caminho para maiores interferências dos EUA na política interna do país.
O Equador enfrenta uma crise de segurança pública, com aumento significativo nos homicídios nos últimos anos. Em janeiro, o presidente declarou o país em conflito armado interno, ampliando os poderes dos militares na segurança pública.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br





