O cenário educacional em Santa Isabel está longe de ser o ideal, apesar dos números divulgados pela Prefeitura sob a gestão do Dr. Carlos Chinchilla. Um desabafo recente de uma funcionária de uma creche local revela o abismo entre a propaganda institucional e a realidade nas unidades educacionais do município.
Em um texto publicado nas redes sociais, a funcionária detalha as condições precárias de trabalho que enfrenta diariamente. Com uma demanda de atendimento para 105 crianças e apenas duas pessoas na equipe, ela ressalta a impossibilidade de gerir eficazmente as necessidades das crianças, muitas das quais possuem requisitos alimentares específicos devido a alergias.
O grito de socorro da funcionária aponta para um problema maior: a falta de investimento em recursos humanos e a necessidade urgente de um concurso público para prover mais mão de obra auxiliando na educação das crianças de Santa Isabel.
Outra questão alarmante é a promessa da prefeitura de transformar o prédio do antigo estacionamento da Igreja Universal em uma creche. Pais estão preocupados com a adequação do espaço, questionando se este não será apenas mais um “caixote” em uma tentativa de mitigar as estatísticas de falta de vagas, sem levar em conta as condições adequadas para as crianças.
A crise não termina aqui. Educadores, que optaram por manter o anonimato por medo de perseguição e represálias, contaram à nossa reportagem sobre o material pedagógico da Palavra Cantada, contratado pela gestão Chinchilla. Com um custo de mais de 2 milhões de reais aos cofres públicos, o material, segundo os educadores, não atende às necessidades pedagógicas e está repleto de erros de ortografia e gramática, o que fez com que o material não pudesse ser utilizado, permanecendo estocado na Secretaria de Educação até o momento.
Esta situação destoa radicalmente da época em que o material da Editora Positivo era utilizado em gestões anteriores; material este que, além de ser pedagogicamente eficaz, vinha acompanhado de treinamento adequado para os professores e era sempre muito elogiado por pais e alunos.
Além disso, professores questionam a necessidade de um investimento de mais de 2 milhões de reais em material de educação financeira. “Parece que querem ensinar educação financeira para as crianças, mas não aprenderam a respeitar o dinheiro público”, comentou um educador que preferiu não se identificar.
Outro fato que não pode ser ignorado aconteceu em fevereiro de 2022, no início da gestão Chinchilla, quando o muro de uma unidade escolar localizada no bairro Novo Éden desabou. Este incidente, além de colocar em risco a segurança de alunos e funcionários, permanece sem resolução até hoje. “O que esperar de uma gestão que não consegue nem fazer um muro de escola?”, questiona uma funcionária da unidade escolar. Este caso é mais um exemplo da incapacidade da administração em prover condições mínimas de segurança e bem-estar para a comunidade escolar, reforçando a percepção de uma gestão descomprometida com a educação.
A realidade educacional em Santa Isabel, segundo os profissionais da área, revela uma crise que vai além dos números. Há uma desconexão profunda entre o que a Prefeitura divulga e o que realmente acontece nas escolas e creches da cidade. O que poderia ser uma educação exemplar torna-se apenas mais um capítulo de promessas não cumpridas e de uma gestão que não respeita seus educadores nem o futuro de suas crianças.
Portanto, fica a pergunta: até quando a educação em Santa Isabel continuará sendo apenas um item na lista de promessas políticas, em vez de uma prioridade real e efetiva?





