quinta-feira, setembro 25, 2025
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CACs, maior grupo armado do Brasil lança candidatos e organiza criação de partido político

Em 2023 o Congresso poderá ter uma nova bancada. Trata-se dos CACs (colecionadores de armas, atiradores e caçadores), que se articulam com 34 pré-candidaturas a deputado federal, senador e governador de nomes ligados à Associação Proarmas (a mais representativa da classe), para disputar as eleições em outubro.

Na disputa do legislativo dos
estados, existem mais de 23 nomes sendo cogitados para disputar o pleito de 2022.

Os CACs também planeja criar uma nova legenda partidária.
O grupo que é maior que todos os policiais militares em quantidade de membros (e em quantidade de armamento particular registrado em nome desses PMs), se organiza
de forma inédita nos Estados e com o Palácio do Planalto para tentar eleger representantes.

O ingresso de armamentistas na política é incentivado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que inclusive tem recebido pré-candidatos e lideranças desses grupos, manifestando apoio e fortalecendo alianças.

Com o incentivo do atual governo federal, o total de CACs registrados saltou de 117.467, em 2018, para 673.818 em 2022. O montante supera todos os 406 mil policiais militares da ativa que atuam em todo o País e ainda é maior que o efetivo de cerca de 360 mil homens das Forças Armadas.

Toda essa movimentação é observada com preocupação por policiais e por especialistas em segurança pública, devido a falta de hierarquia como acontece no meio militar.

O movimento Proarmas quer eleger candidatos ao legislativo federal e estaduais, com o objetivo de flexibilizar leis que tratam de armamentos.

Segundo levantamento do Estadão, existem 27 pré candidaturas à Câmara e ao Senado de armamentistas e políticos regionais que desejam formar em Brasília a “bancada dos CACs”. O Congresso conta atualmente com nove políticos com mandato, que recebem oficialmente o apoio do Pró-Armas para disputas ao Senado a governos estaduais, com a contrapartida de tratar a pauta armamentista com prioridade.

Existem ainda 23 candidatos às assembleias estaduais e distritais, todos distribuídos por PL, PMN, Podemos, PP, PRTB, PSC, PTB, PTC e Republicanos, partidos que formam o chamado “Centrão”.

Os candidatos que representam o grupo dos CACs é formada por policiais, advogados, donos de clubes de tiro e instrutores.

O principal desejo do grupo é a revogação total da Lei 10.826/03, o Estatuto do Desarmamento. Outras propostas permanecem em debate, mas em estágio avançado de tramitação, mas como o projeto 3723/2019, enviado pelo vc presidente Jair Bolsonaro. O projeto trata da regulamentação das
atividades de atiradores esportivos, caçadores e colecionadores de armas, além de revogar um artigo do Estatuto que exige a venda de munições em embalagens com código de rastreio e de armas com dispositivo de segurança e de identificação gravado na arma.

A proposta que foi aprovada com mudanças pela Câmara em novembro de 2019, agora tramita no Senado.

O significativo crescimento do número cê CACs ligados a Bolsonaro promoveu à pauta
armamentista um potencial enorme para atrair votos. Além do contingente de 600 mil nomes dos CACs, há de se considerar os familiares e amigos do grupo que podem votar nos candidatos do segmento.

Clubes de tiro e lojas de armas também são vistos pelos articuladores políticos do grupo como importantes polos de apoio as candidaturas. No governo Bolsonaro esses estabelecimentos tiveram grande crescimento, chegando hoje ao número de 2.066 clubes de tiro em todo território nacional.

De acordo com declarações de líderes da organização, como seu presidente e pré-candidato
Marcos Pollon, o movimento certamente criará um novo partido político. “Quando batermos 1 milhão (de apoios), vamos criar um partido político. ‘Ah, por que 1 milhão?’ Porque estou sendo otimista. Estou trabalhando com índice de conversão de 50%”, disse em um entrevista, em fevereiro.

Especialistas avaliam que são grandes as chances de alguns candidatos dos CACs serem eleitos. O movimento ganhou terreno sobretudo no eleitorado conservador e evangélico.

A pauta pró armas, seus candidatos e o bolsonarismo se nutrem mutuamente, mas a verdadeira força dessa aliança será colocada a prova nas urnas em outubro.

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