Em entrevista concedida neste domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou sobre a prisão de Jair Bolsonaro, afirmando que “todo mundo sabe” o que o ex-presidente fez e que a Justiça tomou a decisão que lhe cabia ao condená-lo.
Lula falou à imprensa em Joanesburgo, África do Sul, onde participou da Cúpula de Líderes do G20. Questionado sobre a prisão preventiva de Bolsonaro, decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, Lula evitou comentar diretamente a decisão da Suprema Corte. “A Justiça tomou uma decisão, ele foi julgado, ele teve todo o direito à presunção de inocência. A Justiça decidiu, está decidido, ele vai cumprir com a pena que a Justiça determinou”, declarou.
O presidente também respondeu a perguntas sobre o relacionamento com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que teria adotado medidas de retaliação contra o Brasil e ministros do STF em razão do julgamento de Bolsonaro. Lula enfatizou que o Brasil é um país soberano e que as decisões da Justiça brasileira devem ser respeitadas.
A prisão preventiva de Bolsonaro foi justificada pelo ministro Alexandre de Moraes com base no risco de fuga, mencionando a tentativa de violação da tornozeleira eletrônica e a vigília convocada por seu filho nas proximidades da residência onde cumpria prisão domiciliar.
Bolsonaro foi levado para a Superintendência Regional da PF no Distrito Federal e participou de audiência por videoconferência. Anteriormente, ele teria usado um ferro de solda para tentar danificar a tornozeleira, o que gerou um alerta para as autoridades. A defesa teve um prazo para se manifestar sobre o incidente.
Na audiência de custódia, Bolsonaro alegou “paranoia” devido a medicamentos e negou intenção de fuga ou rompimento da tornozeleira. Seus advogados afirmam que a tornozeleira foi imposta para “causar humilhação” e que a alegação de fuga é uma narrativa para justificar a prisão. A defesa recorrerá da decisão.
O STF irá analisar a decisão de Moraes.
Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão na ação penal da trama golpista. A defesa chegou a pedir prisão domiciliar humanitária, alegando problemas de saúde, mas o pedido foi negado. Ele já estava detido em casa por descumprimento de medidas cautelares relacionadas a investigações sobre sua atuação junto ao governo Trump para retaliar o Brasil.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
