terça-feira, setembro 16, 2025
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Abril, mês da conscientização sobre o autismo

Muito se fala, mas pouco se conhece do autismo. Mas está condição, este transtorno já atinge 2% da população mundial. Isso significa, que somente em Guarulhos temos mais de 24 mil autistas. Não se sabe a causa do autismo, mas se sabe que a cada 100 crianças que nascem, 3 são autistas. Para de ter uma ideia, seguindo esta pesquisa, em 2050, ou seja daqui a 26 anos, todas as famílias terão 1 filho autista.

Falta de informação gera preconceito

Autismo não é doença, não se transmite por vírus, não se transmite pelo ar, pelo toque. Autista já nasce autista. É um transtorno neurológico, ou seja, seu cérebro funciona de forma diferente, dando descargas neurais que causam problemas sensoriais (exposição a luz ou ruídos muito alto), alta sensibilidade na pele (não gostam de ser tocados, tomar banho, cortar unhas ou cabelo), nada, que de alguma forma lhe tragam desconforto. Até uma simples etiqueta de roupa é um sofrimento pra eles. Autistas têm seletividade alimentar, não comem nada além daquilo que tem vontade, chegam a vomitar apenas com cheiros de comidas, muitas vezes, passam dias a somente se alimentando de leite ou água. Autistas não olham nos olhos, não gostam de abraços, cafuné, afagos e beijos. Muitos deles não falam, andam na ponta dos pés, balançam constantemente o corpo, as mãos, pulam, gritam, se jogam no chão, choram, riem sem motivo. Autistas preferem ficar sozinhos, brincar sozinho ou simplesmente imitar o que outra criança está fazendo. Eles tem hora pra tudo, e entram em crise se algo mudar, como um caminho diferente e desconhecido para ir ao mercado, por exemplo. Vivem de rotina, onde a segurança reina, por saber o que vão fazer e como vão fazer! Autista podem ter algum tipo de deficiência mental, mas em sua grande maioria, seu QI quociente de inteligência é maior que as demais crianças ditas normais. Existem autistas que aos 3 anos já sabem ler, já fazem contas matemáticas. Com mais idade, alguns falam 2, 3 outras línguas, desvendam enigmas, são mestres na computação, tocam diversos instrumentos etc. São superdotados? Não, tem hiperfoco e aquilo que eles gostam, tem uma capacidade enorme de absorver milhares de informações sobre o assunto! Autistas sim, são diferentes, mas são pessoas espetaculares e quando recebem o tratamento adequado, pode ser fantásticos a ponto de muitas pessoas olharem e dizerem: Nossa, ele não parece autista!
Está frase, define o mais profundo desconhecimento sobre o autismo. Está frase, fere fatalmente o coração de um pai ou mãe de autista. Autista não tem cara de autista, autista perante outra criança tem seu corpo e sua face, sem qualquer características como as crianças com síndrome de Dow, por exemplo. Autistas têm direitos que são desrespeitados por puro desconhecimento, como por exemplo a fila, a vaga de carros preferencial, basta estar na fila ou estacionar o carro e começam os cochichos, os olhares e até mesmo as provocações em alto e bom som. Se um autista está jogado no chão se debatendo, gritando e chorando na rua ou no shopping, é a mesma coisa. Por isso, a importância da informação chegar a todas as pessoas, por isso a necessidade urgente da prática da empatia, por isso os autistas usam o cordão de quebra cabeças colorido ou o de girassóis. Eles ajudam a identificar a condição da criança e fazem com que as pessoas saibam que ali, tem um autista e que aquele reação dele, é uma reação natural de crise e que vai passar, ajuda a identificar uma criança de 12 anos na fila preferencial ou saindo do carro sem qualquer deficiência visível só parar em uma vaga especial.

Carga emocional da mãe de um autista

A cada 100 mães de autista 1 se suicida, podendo inclusive matar o próprio filho autista. Chocante né? Mas essa é a realidade que ninguém vê. O perfil da mãe atípica, é assim que chamamos as mães de autistas, é pobre, 80% delas vive com menos de 1 salário mínimo, 90% são separadas, os pais somem ao saber da condição do filho, vivem exclusivamente para o filho, pois sua jornada diária de terapias, escolas, atividades extras terapêuticas, cuidar da casa é extremamente massacrante e pesada, e ainda tem que achar tempo para realizar pequenos bicos ou empreender em casa para complementar a renda. Autista sem convênio particular, nunca irá se desenvolver, pois na rede pública, no SUS, os tratamentos terapêuticos que tem que ser muitas vezes diário, levam meses ou anos pra acontecer. Mãe atípica perde o apoio da família, raros são os casos de uma família que veste a camisa e luta junto nessas batalhas diárias. Até festas e confraternizações elas não são convidadas, para não levarem seu filho autista, é extremamente doloroso pra essas mães! Assim é a rotina diária destas guerreiras que além de tudo isso, tem todos sem excessão, direitos negados e são obrigadas a buscar a justiça. Lei são vergonhosamente descumpridas, como por exemplo, o direito de um autista ter um acompanhante exclusivo em sala de aula para auxiliar em seu desenvolvimento escolar. Seja a rede de ensino pública, que sempre nega esse direito, seja a rede privada que simplesmente diz que não tem vaga, a luta tem que ser judicial.

GRUMAG
Grupo de mães e amigos dos autistas de Guarulhos, fundada em 2018, tem sua atuação baseada nos cuidados destas mães. Damos apoio psicológico, para aguentar essa carga, assistência social para viver com o mínimo de dignidade e ensinamos elas a pescar, sim, através de cursos, palestras, oficinas, buscamos a transformação social destas mães. Empreender em casa, na área de artesanato, serviços gastronomia, telemarketing, etc, é o primeiro passo. Educação a distância, especializações também é um pilar que desenvolvemos. O auto cuidado, a auto estima, faz parte de nossa grade de atuação. A atenção e apoio jurídico também são fundamentais e claro e não menos importantes, projetos para nossa criançada autista. Procure a gente pelo nosso Instagram: ongmaesdesutista ou nosso WhatsApp: 11934484050 e Site: grumag.org

Dia mundial de conscientização do autismo

Dia 02 de abril é um dia de luta, e neste dia das 10hs as 17hs, estaremos com nossa tenda itinerante no calçadão Dom Pedro, em frente ao Poli Shopping, distribuindo panfletos, brindes e conversando com a população sobre o autismo, buscando levar a informação para acabar com o preconceito. Para mães de autistas, teremos orientações com profissionais terapêuticos e ainda, pra fechar com chave de ouro, as 15hs teremos um magnífico desfile de moda, em pleno calçadão, e nossos modelos serão mães atípicas e crianças e jovens Autistas. Contamos com a presença de todos, participem!

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