Após quatro anos de uma gestão marcada por promessas não cumpridas e um município parado no tempo, o prefeito Carlos Augusto Chinchilla Alfonzo foi reeleito. A decisão popular, no entanto, não reflete satisfação com a administração municipal, mas sim um cenário político em que a oposição não conseguiu convencer a maioria dos eleitores de que havia um caminho melhor. Agora, Santa Isabel enfrenta mais quatro anos de incertezas, problemas estruturais e uma crescente insatisfação popular.
A falta de crescimento econômico e geração de empregos para os jovens isabelenses continua sendo um dos principais desafios. A cidade não apresenta novos investimentos, e muitos moradores precisam buscar trabalho em São Paulo ou até mesmo abandonar o município em busca de melhores condições de vida. Enquanto isso, o centro da cidade recebeu apenas um retoque superficial antes da eleição, sem resolver problemas estruturais graves como a precariedade do asfalto nas ruas centrais e nos bairros.
Mesmo sendo médico, Chinchilla não conseguiu melhorar a qualidade da saúde pública. Segundo denúncias do vereador Glória, apresentadas no programa do jornalista Leandro, a atual administração teria causado um rombo de R$ 6 milhões no orçamento da saúde. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) infantil segue abandonada, sem previsão de funcionamento, enquanto o Centro Educacional também permanece fechado, sem justificativas plausíveis para a paralisação das obras.
O transporte gratuito, que deveria ser um dos pontos positivos da gestão, continua sendo alvo de reclamações diárias. A falta de manutenção e a superlotação comprometem a qualidade do serviço. Além disso, os bairros seguem sujos e tomados pelo mato, sem um plano efetivo de limpeza e conservação urbana. Ruas, praças e pontos de ônibus continuam às escuras, gerando insegurança para os moradores, mesmo após a Prefeitura investir na substituição de algumas luminárias por LED.
Professores foram dispensados sem explicação plausível, enquanto pais de alunos relatam que muitas crianças ainda não receberam uniformes escolares, mesmo após dois meses do início das aulas. O recém-inaugurado parque municipal já precisou ser fechado para reformas em menos de três meses de uso, evidenciando a falta de planejamento e qualidade nas obras públicas.
Como se não bastasse o cenário crítico, Chinchilla decidiu aumentar em 28,26% a Contribuição de Iluminação Pública (CIP), penalizando ainda mais a população que já enfrenta dificuldades econômicas. O aumento chega enquanto diversos bairros permanecem no escuro, e a prestação de serviços de iluminação pública é constantemente questionada.
Enquanto isso, cargos públicos continuam sendo criados e distribuídos como moeda de troca política, sem qualquer preocupação com critérios técnicos. A recente decisão do prefeito de transferir a assinatura dos cheques da Prefeitura para o vice-prefeito levanta ainda mais dúvidas sobre a transparência da administração e sua real intenção na gestão dos recursos públicos.
Com o novo mandato, Carlos Chinchilla terá a oportunidade de corrigir os erros de sua primeira gestão. No entanto, se o histórico dos últimos quatro anos for um indicativo do que está por vir, a população de Santa Isabel pode ter que se preparar para mais um período de promessas não cumpridas, descaso administrativo e retrocesso. Em 2028, os eleitores terão novamente a chance de escolher o futuro da cidade, e resta saber se até lá estarão dispostos a mudar ou continuarão aceitando a estagnação que se tornou a marca da atual administração.
