À medida que o ano chega ao seu desfecho, a população de Santa Isabel expressa uma crescente desaprovação em relação a um governo que, após três anos, não cumpriu as promessas feitas durante a campanha eleitoral do prefeito Chinchilla. O slogan “Cuidando do povo, Trazendo o progresso” parece vazio diante da realidade nas ruas.
Um dos pontos mais criticados é o ônibus com tarifa zero, cujos horários reduzidos e as constantes quebras dos veículos recentemente apresentados, têm deixado a população desatendida, especialmente nos bairros Pouso Alegre, Ouro Fino, Pedra Branca, Jardim Eldorado, Cachoeira e Divisa. Moradores, como Dona Margarida, apontam para a desconexão entre a propaganda virtual e a realidade prática.
“A propaganda não condiz com a realidade”, lamenta Dona Margarida. “O ônibus de graça tem horários reduzidos e não atende quem precisa ir trabalhar no turno da tarde e voltar para casa às 22h.”
A qualidade do transporte público é uma questão predominante para a maioria dos usuários, que argumentam que o problema principal não é o custo da passagem, mas sim a falta de eficiência nos horários, manutenção e limpeza dos ônibus. “Não adianta ser de graça para ganhar votos e não atender a necessidade do povo; os ônibus quebram muito.”, afirma João Marcos.
A falta de oportunidades de emprego na cidade é outra crítica contundente. Apesar da promessa de “trazer o progresso”, o prefeito não conseguiu atrair empresas, forçando uma parte significativa da população a buscar emprego fora da cidade. A falta de investimento em qualificação profissional também é evidente, com cursos focados em áreas com pouca demanda de contratação.
“A cidade precisa mesmo de cursos profissionalizantes na área de metalúrgica, agropecuária e outros segmentos aquecidos que geram emprego, curso de fazer bolo não resolve muito.”, destaca Rogério Santos.
A situação da área da saúde em Santa Isabel, já marcada por críticas severas devido à demora na marcação de exames e consultas especializadas, é agravada por problemas adicionais no serviço de atendimento de urgência. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) enfrenta atrasos significativos. Moradores relatam que acidentes graves, inclusive com vítimas fatais, são frequentemente atribuídos à lentidão do SAMU.
Essa situação é particularmente alarmante, considerando que o prefeito é médico e sua esposa é a secretária municipal de saúde. Espera-se que, com essa formação e experiência na área, houvesse uma atenção especial à eficiência e eficácia dos serviços de saúde de emergência. A demora no atendimento do SAMU, portanto, destaca uma desconexão preocupante entre a administração municipal e as necessidades críticas de saúde dos moradores de Santa Isabel.
Turismo, cultura e esportes são áreas negligenciadas, com praças antes vibrantes agora dominadas por pessoas em situação de rua, eventos esportivos e culturais cancelados, e comerciantes do entorno lutando para manter seus negócios. O patrimônio histórico também sofre, com obras inacabadas e atrasadas destacadas pelo Tribunal de Contas do Estado, como o Centro de Formação Pedagógica, prometido para o local do antigo Cinema.
“O Mirante do Monte Serrat, a ponte em frente à Secretaria de Serviços Municipais, que é o principal acesso à UPA, e a pista de skate, que teve seu prazo de execução prorrogado recentemente por mais 120 dias, são projetos que estão empacados e impactam diretamente a vida dos moradores”, ressalta um arquiteto local, que pediu para não ser identificado.
As críticas ecoam nas ruas, deixando claro que mudanças são esperadas e necessárias para 2024. O ano termina com a cidade atrás dos municípios vizinhos, enquanto os cidadãos clamam por uma administração que realmente honre o título de “Paraíso da Grande São Paulo”.