Estreou na plataforma Netflix uma série documental sobre um crime bárbaro, de comoção nacional, que aconteceu em 1992 no Rio de Janeiro.
Trata-se do assassinato da atriz Daniela Perez, na época com 22 anos e despontado para o estrelato, protagonizando uma novela global.
O crime aconteceu no dia 28 de dezembro de 1992. Daniella era atriz e bailarina, e gravava, na época, a novela De Corpo e Alma, escrita pela mãe de Daniela, Glória Perez.
Na trama , Daniela fazia par romântico com o ator Guilherme de Pádua, o autor do seu assassinato, juntamente com sua esposa, Paula Thomaz.
Na ocasião, por conta da brutalidade do crime e do destaque e reconhecimento que Daniella tinha naquele tempo, o crime chegou a ofuscar outro fato importantíssimo e histórico do Brasil, o impeachment do então presidente Fernando Collor.
A atriz interpretava a personagem Yasmin, que chegou a fazer par romântico com Bira, interpretado por Guilherme de Pádua.
O envolvimento dos personagens na novela deu grande destaque a Guilherme de Pádua, que passou a frequentar as capas de revistas do segmento e teve sua fama e popularidade substancialmente aumentada.
Daniela também nutria grande admiração de todos e com a fama no auge “chegou a um ponto em que ela passou a ser chamada de namoradinha do Brasil“, relatou Glória Perez.
A série que detalha o crime e mostra várias nuances dele, vários atores como Raul Gazolla, viúvo da atriz, Cláudia Raia, Alexandre Frota, Maurício Mattar, entre outros, relatam os ocorridos daquele dia, bem como relembram a vida da atriz.
Raul Gazolla e Glória Perez são os responsáveis pelas cenas mais emocionantes e fortes do documentário. A produção foca o crime, abordando essencialmente os eventos ocorridos no dia 28.
Ainda assim, consegue misturar de maneira bastante interessante a narrativa de um crime brutal com a vida de Daniella, com sua meteórica e brilhante carreira, bem como destacando sua personalidade amigável, carinhosa e generosa.
Dirigida por Tatiana Issa e Guto Barra, Pacto Brutal reúne ainda relatos de entes queridos da atriz, funcionários da emissora e faz um relato sensível, que mesmo mostrando toda monstruosidade do crime, faz questão de relembrar a essência de Daniella Perez.
A série consegue mesclar momentos emocionantes, sensíveis e delicados, com a brutalidade do casal de assassinos. Na série são exibidas imagens e vídeos originais da vida da atriz, a além de imagens do corpo após o crime.
O documentário aborda também uma possível falta de interesse da polícia em resolver o caso, com alguns supostos erros e lacunas da investigação, que necessitou de grande pressão da família e do público para ser solucionado.
Outros aspectos e elementos do crime também são misturados na série. A problemática causada pelo caso, a exploração exagerada e o “circo”gerado pela mídia e pelo público criou uma fantasia estérica em torno do caso. “O crime virou continuidade da novela. Não era Daniella Perez que tinha sido morta, era Yasmin. Não era Guilherme de Pádua o assassino, era Bira”, conta Glória Perez.
Cenas do casal na novela, estampavam as capas de jornais e revistas, o que alimentava ainda mais a histeria do público, e a fantasia de que havia algo na vida real, entre Daniela e Guilherme. Glória Perez relata sua tristeza ao se deparar com tais notícias e imagens: “Isso é muito mais agressivo do que as fotos dela no local. Muito mais agressivo. Porque isto aqui é continuar matando a pessoa”, concluiu.
A série é bastante interessante, explicativa e mostra de maneira objetiva sem deixar de se atentar para todos os detalhes temporais, um crime horrível, brutal que comoveu um país inteiro há quase 30 anos.
A série tem até agora gravada cinco capítulos, que estão disponíveis na plataforma Netflix. Vale conferir.
