Durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), foi lançado o edital do quarto leilão do Eco Invest Brasil, programa governamental que visa atrair capital privado para projetos sustentáveis. Desta vez, a iniciativa terá um foco exclusivo na região amazônica.
Com previsão para o início de 2026, o leilão tem o objetivo de mobilizar até US$ 4 bilhões, combinando recursos públicos e privados em um modelo de financiamento misto. O governo e instituições financeiras privadas aportarão recursos com maior tolerância a riscos de mercado, considerando não apenas o retorno financeiro, mas também o impacto social dos projetos.
Esta edição do Eco Invest Brasil marca a primeira vez em que os recursos serão integralmente direcionados para a Amazônia, buscando fortalecer cadeias produtivas sustentáveis que gerem renda, inclusão social e competitividade, em detrimento de atividades associadas ao desmatamento. O foco será em pequenas empresas, cooperativas, comunidades tradicionais e produtores locais, que geralmente enfrentam dificuldades para acessar financiamentos de grande porte.
Os projetos a serem financiados se concentrarão em três setores prioritários: bioeconomia (cadeias da sociobiodiversidade, bioindústrias, insumos sustentáveis e restauração ecológica e produtiva), turismo ecológico sustentável (iniciativas voltadas à atração internacional de visitantes) e infraestrutura habilitante (energia renovável descentralizada, conectividade digital, transporte e logística para apoiar as cadeias produtivas locais).
O Tesouro Nacional emprestará recursos às instituições financeiras vencedoras a juros de 1% ao ano, que, por sua vez, deverão captar um volume de capital privado quatro vezes maior que o valor recebido, com pelo menos 60% de origem estrangeira.
Uma inovação desta edição é um incentivo adicional do Tesouro, equivalente a 20% do valor levantado, a ser aplicado em assistência técnica e capacitação em projetos mais complexos e arriscados, com foco em pequenos produtores. Além disso, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) oferecerá US$ 3,4 bilhões em derivativos para reduzir riscos de variação cambial.
O governo espera mobilizar até US$ 1 bilhão em recursos públicos, incluindo o Fundo Clima e o BID, e até US$ 3 bilhões em capital privado. A documentação do leilão será publicada em breve, e as propostas deverão ser apresentadas no início de 2026, quando os vencedores serão anunciados.
Criado na COP28, em 2023, o Eco Invest Brasil já realizou três leilões, mobilizando mais de R$ 75 bilhões, dos quais R$ 46 bilhões vieram de investidores estrangeiros, gerando US$ 14 bilhões em compromissos de captação internacional.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
